- Phycolabs desenvolve fibra 100% orgânica, feita a partir de algas marinhas;
- Matéria-prima tem alta capacidade de reprodução, não precisa de terras agricultáveis, despreza o uso de pesticida e inseticida, é cultivada no oceano e precisa apenas de sol e CO2.
- Na fabricação e extração é eliminado mais da metade do uso de energia, comparado aos diversos processos, como por exemplo, do algodão.
- Imagem: Thamires Pontes, estilista, mestre em têxtil e moda, CEO da Phycolabs. Crédito: Divulgação
Pensando na redução de emissões de gás carbônico, surge a tendência da moda sustentável com uso de tecidos baseados na consciência ecológica, gerando menos impacto ao meio ambiente durante toda a cadeia de produção. Empresas já investem em estudos e protótipos com proteínas, fungos e até algas marinhas. É o caso da startup de biotecnologia, Phycolabs, que desenvolveu uma fibra 100% orgânica a partir de algas marinhas.
A fibra produzida com alga possui modelo de circularidade em todo seu processo. Segundo CEO da Phycolabs, Thamires Pontes, a matéria-prima tem alta capacidade de reprodução, não precisa de terras agricultáveis, desprezando o uso de pesticida e inseticida, é cultivada no oceano e precisa apenas de sol e CO2. Na fabricação e extração é eliminado mais da metade do uso de energia, comparado aos diversos processos, como por exemplo, do algodão.
O processo produtivo dos tecidos feitos a partir de algas é mais limpo, sustentável e não gera microplásticos, trazendo benefícios sociais, ambientais e econômicos, de acordo com o diretor de Operações da Phycolabs, José Carlos Dutra Filho.
Os tecidos substituem produtos de origem fóssil que utilizam recursos não renováveis cada vez mais escassos, permitindo a criação de uma nova cadeia de valor. Além disso, possibilita o impulsionamento do cultivo de algas para as populações costeiras, onde normalmente existem atividades de pesca, que estão também sujeitas a sazonalidade.
Resíduos têxteis
O diretor de operações da Phycolabs afirma que a nova geração de tecidos biodegradáveis tem potencial para reduzir eficientemente os danos causados pela indústria têxtil. Ele menciona que são descartados no Brasil mais de 4 milhões de toneladas de resíduos, considerando além dos plásticos, que demoram centenas de anos para se degradar, também os componentes químicos dos tecidos e tinturas.
Thamires, por desenvolver e atuar na linha de frente da Phycolabs em todo o processo da fabricação das fibras, recebeu em junho deste ano em Estolcomo (SE), o prêmio Global Change Award 2023 pelo projeto, “PhycoFiber, desbloqueando a revolução das algas rumo a uma indústria da moda regenerativa”. O prêmio de sustentabilidade na moda, promovido pela Fundação H&M, que acontece anualmente, é conhecido como o “Nobel da Moda”.
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