- A ferramenta digital lançada pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) permite acesso a informações sobre a qualidade das águas superficiais tanto de rios quanto de reservatórios acompanhados por redes de monitoramento estaduais.
- É possível visualizar mapas interativos e aplicar imagens de satélites para verificar o que existe nas redondezas que justifiquem uma eventual alta de carga orgânica no ponto monitorado.
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A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lança o Relatório Digital de Qualidade da Água nesta sexta-feira, 22 de março, em Brasília (DF), durante o Evento em Celebração ao Dia Mundial da Água. Esse novo produto da ANA apresenta à sociedade informações de uma forma dinâmica sobre a qualidade das águas superficiais tanto de rios quanto de reservatórios acompanhados por redes de monitoramento estaduais que integram a Rede Nacional de Monitoramento da Qualidade da Água (RNQA).
Com o Relatório Digital de Qualidade da Água, qualquer pessoa poderá visualizar os dados de qualidade por meio de mapas interativos, sendo que os usuários do serviço poderão identificar os pontos de monitoramento por região. O Relatório foi produzido para disseminar informações sobre qualidade de água no Brasil de forma atualizada de modo a fortalecer a gestão qualitativa dos recursos hídricos. Além disso, a ferramenta permite saber mais sobre o contexto do trecho de rio ou do reservatório pesquisado com a opção de aplicar imagens de satélite na visualização.
Interação com satélite
Com essa funcionalidade, por exemplo, ao encontrar um ponto de monitoramento com alta DBO (carga orgânica) é possível mudar o fundo para uma imagem de satélite, dar um zoom e verificar o que existe nas redondezas desse ponto e que pode explicar essa DBO elevada, como: um município com baixa coleta e tratamento de esgotos ou mesmo um ponto de monitoramento que fica a jusante (abaixo) de um ponto de lançamento de uma estação de tratamento de esgoto (ETE).
Inicialmente o Relatório apresenta informações sobre os seguintes parâmetros de qualidade da água: oxigênio dissolvido, Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO) e fósforo Total. Futuramente novos parâmetros serão acrescentados, assim como informações sobre o cumprimento ou não das metas de qualidade de água dos enquadramentos que já foram aprovados no País. A ferramenta também contempla estatísticas sobre o monitoramento e sobre os resultados das análises das coletas de água realizadas entre 2010 e 2023, que são apresentadas em mapas temáticos e interativos.
Índice de péssimo a ótimo
O Relatório apresenta o Índice de Qualidade das Águas (IQA) para cada ponto onde é possível fazer o cálculo desse indicador, o qual é composto por nove parâmetros: temperatura da água, pH, oxigênio dissolvido, DBO, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total, sólidos totais e turbidez.
Com o IQA é possível realizar a análise simultânea de diversos parâmetros considerados importantes para a avaliação geral da qualidade da água em um único resultado, que varia de zero a 100. Para facilitar a comunicação dos resultados para a sociedade, os valores do IQA são agrupados em categorias de qualidade da água, variando entre péssima e ótima. Com o passar do tempo, outros índices de qualidade serão adicionados ao Relatório.
Ao clicar nos pontos de monitoramento dos mapas, é possível ter mais informações sobre o trecho no qual ele se encontra, como a média das concentrações, as datas inicial e final do período analisado, o número de observações no período e até mesmo o percentual de desconformidade das concentrações em relação aos padrões de qualidade de água definidos no enquadramento.
Corpos d’água
O enquadramento dos corpos d’água em classes, segundo seus usos preponderantes, é um instrumento da Política Nacional de Recursos Hídricos que estabelece metas progressivas intermediárias e meta final de qualidade da água por trecho de rio de acordo com o uso mais exigente a que esse trecho de rio seja destinado, além de reforçar ações preventivas no combate à poluição das águas.
Dessa forma, ele é um instrumento de planejamento que orienta o uso e ocupação do solo na bacia e define os investimentos necessários para despoluição de modo a garantir água com qualidade suficiente para atender aos usos pretensos mais exigentes.