Alfaces vão da piscina para as prateleiras

  • Técnica do floating consiste em cultivar folhosas em piscinas, economizando 99% o uso de água e com aumento da produção de 12,5 vezes.
  • Empresa Verdureira trouxe sistema para o Brasil e opera em grande escala, com capacidade produtiva de 39 toneladas por mês. Com técnica, faturamento cresceu 50% no último ano.

Em 2023, a partir do aporte de R$ 10,3 milhões da Baraúna Investimentos, a empresa Verdureira trouxe mais eficiência para seus processos ao implementar em larga escala a técnica de hidroponia floating. Com o novo sistema, a Verdureira aumentou a produtividade, otimizou seus recursos e uma expansão da atuação com aumento de 50% no faturamento.

A técnica de hidroponia DWC (Deep Water Culture), ou floating como é mais conhecido, consiste em cultivar as hortaliças em grandes piscinas com ambiente controlado. Para a implementação, foi necessário criar todas as tecnologias envolvidas até então inexistentes no Brasil. As folhosas são plantadas em placas que ficam sobre a água e, embora pareça algo simples, os desafios consistem na criação das placas ideais para o melhor posicionamento das hortaliças, além da oxigenação ideal da solução nutritiva usada para o crescimento das plantas.

Se na hidroponia “tradicional”, NFT (Nutrient Film Technique), as verduras ficam em canaletas e recebem os nutrientes via lâminas d’água, no DWC as raízes ficam inteiramente imersas na piscina. Enquanto na primeira há a economia de 90% de água comparada ao cultivo tradicional no solo, com o “floating”, a economia de água é de 99%, o que torna o método ambientalmente mais responsável.

Menos consumo de água

 Com essa nova técnica as folhosas crescem mais em menos tempo, o que permite uma produtividade 12,5 vezes maior do que o cultivo tradicional no solo. O sistema consome apenas 1% da água e a capacidade produtiva chegará a 39 toneladas mensais. A Verdureira também alcança outra conquista, que consiste na redução do desperdício de alimentos. A empresa tem aproveitamento quase total das hortaliças e os restaurantes e consumidores também. A meta é reduzir 30% do desperdício por ano.
 

As fazendas da Verdureira estão localizadas em São Roque, interior de São Paulo. Crédito: Divulgação

Com a inovação, a Verdureira fica mais próxima de atingir outro objetivo: reduzir as crises de abastecimento de saladas no mercado. No verão brasileiro é quando há maior demanda por hortaliças e exatamente quando a produção mais sofre com calor extremo e constantes chuvas. Com o crescimento da empresa e mais piscinas em construção para o floating em ambiente controlado, será possível abastecer todos os estabelecimentos parceiros das regiões onde atua e atender a demanda dos consumidores.

Na prateleira até 24 pós colheita

Com fazendas entre a zona rural e a cidade, a marca coloca seus alimentos nas prateleiras em até 24 horas após a colheita. Isso é possível devido à internalização de processos. As hortaliças vão da colheita direto para higienização e seleção e, na sequência, são embaladas com tecnologia de atmosfera modificada capaz de preservar os nutrientes e frescor dos alimentos até o momento do consumo, sem a necessidade de conservantes.

Localizada em São Roque (SP), a Verdureira distribui para São Paulo e Região Metropolitana e passou a incluir Campinas, Sorocaba, Valinhos e cidades adjacentes. Atualmente a Verdureira está presente em mais de 300 supermercados, com três linhas de produtos: Insalata Prima (folhas), Cucina Prima (legumes) e Ver O Verde (saladas), todos já prontos para consumo. Para 2024, o plano é continuar a expansão geográfica.

Rastreável com QR Code

A Verdureira desenvolveu um sistema de rastreabilidade das hortaliças por meio de um QR Code disponível nas embalagens, que atende às exigências do Ministério da Agricultura. O objetivo é poder rastrear o processo de produção de produtos in natura, que garante informação sobre o alimento, seu frescor e qualidade de ponta. Dessa forma, o consumidor tem a garantia da origem.

Fundada por mulheres em 1995, a empresa continua sendo predominantemente feminina: elas formam 90% do quadro de colaboradores. Em sua maioria, essas funcionárias são mães de família residentes das comunidades próximas.

Práticas ESG

Além das boas práticas de produção agrícola, que contribuem para a proteção do meio ambiente e a saúde dos consumidores, a Verdureira investe no desenvolvimento socioeconômico da região onde atua. A empresa contribui com o programa social Mesa Brasil Sesc, a maior rede de bancos de alimentos da América Latina, referência no combate à fome e ao desperdício de alimentos. A fazenda doa seus excedentes de produção e alimentos fora dos padrões de comercialização, mas em ótimas condições de consumo.

Comprometida com a reciclagem, a Verdureira tem parceria com a EuReciclo, empresa especializada em logística reversa. Assim, o equivalente a 100% dos plásticos e papéis empregados nas embalagens são compensados – cerca de 9 toneladas de material ao ano.

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