- Especialistas dos cursos técnicos de Meio Ambiente e Guia de Turismo do Senac destacam prioridades documentais e avaliação sanitária das propriedades;
- De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as propriedades que reúnem turismo rural com criações de animais são definidas como agroturismo.
O turismo nacional está registrando números exponenciais em termos de crescimento nos destinos e chegadas de turistas estrangeiros, impulsionando a cadeia hoteleira de serviços de alimentação e transportes. Contudo, um estudo divulgado pelo Ministério do Turismo chama a atenção sobre os locais apontados como prioritários: o primeiro é o extenso litoral brasileiro e o segundo, as rotas ecológicas oferecidas pelo turismo rural.
Colaborando com a informação do órgão federal, outro dado importante foi apresentado recentemente pelo Instituto do Desenvolvimento Rural e Equestre (Idestur). O agroturismo brasileiro está crescendo em média, 6% ao ano no País (nos últimos três anos), ainda que atualmente, apenas 32,8% das propriedades rurais desenvolvam a atividade como principal fonte de renda. Esse número representa cerca de 15 mil propriedades formalizadas no país.
A docente do curso técnico em Guia de Turismo do Senac EAD, Silvana da Costa Lopes Haetingher, destaca alguns pontos do documento oficial do MTur para reforçar o conceito. “De modo geral, trata-se de um conjunto de práticas turísticas desenvolvidas no meio rural, comprometidas com a produção agropecuária, de modo a agregar valor a produtos e serviços. O resultado é positivo, em termos de resgate e promoção do patrimônio cultural e natural da comunidade”.
A especialista acrescenta que o turismo em áreas rurais começaram como tendência no início da pandemia em 2020 e foram se fortalecendo nos anos seguintes. “Estudos recentes destacam que os destinos onde o visitante tem a oportunidade de vivenciar costumes e tradições da comunidade local, continuam em alta e podem crescer até 50% em 2023”, afirma Silvana.
Silvana avalia ainda, que alguns fatores contribuem para a expansão do número de turistas: “as pessoas querem participar de experiências sensoriais no estabelecimento, de modo a vivenciarem o cotidiano do meio rural. Sem sombra de dúvidas, o turismo rural oferece a oportunidade, individual ou coletiva, dos indivíduos obterem mais acesso aos conhecimentos do campo e ainda, reforçarem a conscientização ambiental e o respeito à natureza”, complementa.
Como regularizar as hospedagens rurais
Em regiões mais distantes dos grandes centros, muitos proprietários ainda têm a ideia de que basta implementar alguns ajustes estruturais, instalar uma placa e um controle de acesso, no sítio ou fazenda, para começar o negócio.
Contudo, todos os negócios abertos no território nacional precisam dos seguintes documentos: cadastro na Receita Federal para obter o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ), além do alvará de funcionamento concedido pela prefeitura local. Sem esses documentos não é permitido abrir as portas do estabelecimento para receber clientes.
A educadora alerta para outra ação importante que é o cadastramento do empreendimento rural no Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (Cadastur). “A formalização nesse sistema vale para pessoas físicas e jurídicas que desejam atuar no mercado. O registro é organizado pelo Ministério do Turismo e oferece visibilidade para o negócio, pois é visto como uma fonte de consulta para o viajante. Do mesmo modo, disponibiliza vários benefícios para quem participa do programa de adesão gratuita”.
Visitação segura em locais com animais
De acordo com a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), as propriedades que reúnem turismo rural com criações de animais são definidas como agroturismo. Nesses estabelecimentos, as atividades turísticas acontecem nos limites de sítios, chácaras ou fazendas, por exemplo.
O docente do curso técnico em Meio Ambiente do Senac EAD, André Bogni, explica que para oferecer atrativos relacionados à atividade agropecuária, como por exemplo, ordenha de vacas, pastoreio de ovelhas ou cavalgadas são necessários seguir alguns cuidados:
- Segurança dos visitantes: oferecer o máximo de orientações sobre comportamento seguro, principalmente na lida com o animal e no uso de equipamentos de proteção individual (EPIs), quando for necessário. Por outro lado, a prática de cavalgadas podem apresentar mais riscos, e por isso, precisam de acompanhamento de profissionais como médicos veterinários e treinadores.
- Bem-estar animal: é essencial que todas as atividades envolvendo animais precisam ser conduzidas de forma ética, respeitando o conforto e evitando qualquer ação que cause estresse, dor ou sofrimento desnecessário. Um exemplo prático, pode ser verificado na ordenha, que costuma ser efetuada no início ou final do dia. Uma forma de não machucar o animal é usar o sistema mecânico para retirada do leite.
- – Conscientização ambiental: as visitações em propriedades rurais são ótimas oportunidades para conscientizar os visitantes sobre a necessidade da conservação ambiental, sustentabilidade na produção e respeito à natureza. O pastoreio das ovelhas é uma boa ocasião para apresentar práticas de manejo sustentáveis, em relação às pastagens, alimentação complementar e oferta de água fresca.
Comercialização de alimentos caseiros
Outra prática comum de estabelecimentos de turismo rural é produzir alimentos preparados com matérias-primas das criações locais: queijo, doces, pães, biscoitos entre outras guloseimas. No entanto, é preciso que o proprietário esteja atento às normas e regulamentos estabelecidos para empreendimentos dessa natureza.
Vinicius Jean Barth também ministra aulas no curso técnico de Meio Ambiente do Senac EAD e revela que os procedimentos regulatórios podem variar de acordo com as legislações: federal, estadual e municipal. “Uma recomendação que precisa ser indicada ao responsável é consultar como funciona a lei em cada esfera, de modo a ter conhecimento de que são aprovadas no tipo de atividade que é desenvolvida no local”, pontua.
Nesse sentido, as normas sanitárias devem ser prioridade nas hospedagens de turismo rural, pois são um dos quesitos mais avaliados pela fiscalização. Durante a inspeção são verificados: o preparo, manipulação e armazenagem dos alimentos. Do mesmo modo, como é feita a limpeza, desinfecção, controle e vetores e pragas (na cozinha, banheiros e áreas externas, por exemplo).
“Nesse momento, os representantes analisarão como acontece a comercialização de alimentos, além de todos os processos utilizados, entre os quais: prazo de validade, acondicionamento do produto, informações da rotulagem e os registros de Serviço de Inspeção Federal (SIF) e Estabelecimento Relacionado (ER)”
Vinicius Jean Barth, ministra aulas no curso técnico de Meio Ambiente do Senac EAD
Como foi possível observar, a avaliação de hospedagens no turismo rural segue as mesmas etapas dos empreendimentos urbanos, com algumas particularidades por se tratar de ambientes com maiores áreas de espaço ao ar livre.
Desse modo, atendendo as recomendações técnicas, é possível empreender de modo formalizado, investir na gestão e treinamento dos funcionários, ao ponto de o negócio ser a principal fonte de renda.
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