Comércio justo na floresta movimenta R$ 5 mi

  • Rede Origens Brasil® ultrapassou em 2022 a marca de R$ 5 milhões de movimentação financeira e registrou mais de 1.100 novos produtores e produtoras – totalizando 3.328 cadastrados;
  • Foram 58 milhões de hectares de floresta conservados por povos indígenas e populações tradicionais que fazem parte da rede, que opera em cinco grandes territórios da Amazônia – Xingu, Norte do Pará, Rio Negro, Solimões e Tupi Guaporé;
  • Instituição conecta povos indígenas, populações tradicionais, instituições de apoio, organizações comunitárias e empresas, promovendo negócios éticos que valorizam os povos da floresta e a Amazônia viva. 
  • Foto: Andre Villas Boas/ ISA

A rede Origens Brasil®, que atua desde 2016 promovendo o comércio ético, fortalecendo a economia, gerando valor para a floresta em pé e sua população, ultrapassou em 2022 a marca de R$ 5 milhões de movimentação financeira. Além disso, registrou mais de 1.100 novos produtores e produtoras – totalizando 3.328 cadastrados. No período, o trabalho da rede apoiou a conservação de 58 milhões de hectares de floresta por povos indígenas e populações tradicionais. Esses resultados são confirmados no relatório anual da rede, lançado esta semana.

Criada e administrada pelo Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora) e Instituto Socioambiental (ISA), a rede Origens Brasil® opera em cinco grandes territórios da Amazônia – Xingu, Norte do Pará, Rio Negro, Solimões e Tupi Guaporé – e conecta povos indígenas, populações tradicionais, instituições de apoio, organizações comunitárias e empresas, promovendo negócios éticos que valorizam os povos da floresta e a Amazônia viva. 

O mais recente relatório mostra que 2022 foi um ano de crescimento significativo. A atuação se expandiu para 46 áreas protegidas (em 2021 eram 37), sendo 36 já com operações comerciais – quatro a mais do que no ano anterior. Isso se traduz em um crescimento de 36% de beneficiários potenciais, saltando de 13.170 em 2021 para 17.900, e geração de novas oportunidades para 65 povos indígenas e populações tradicionais (em 2021 eram 50). A rede também passou a reunir um número maior de  instituições de Apoio e Organizações Comunitárias – 75, nove a mais do que no ano anterior.

“Nosso trabalho olha além da geração de renda como resultado. Temos como missão promover o aumento da qualidade de vida e valorização da cultura, para que povos indígenas e populações tradicionais mantenham-se de forma digna nos territórios, conservando a floresta com seu modo de vida. Encerramos o ano reunindo 35 empresas que se comprometeram com esse objetivo por meio da realização de negócios com transparência e diálogo, além de preços justos que valorizam a manutenção da biodiversidade na floresta.”

Mariana Finotti, Analista de inteligência de dados da rede Origens Brasil®

Xingu, Rio Negro, Norte do Pará

Na região do Xingu, em 2022, nos 18 milhões de hectares de floresta em pé conservados por povos indígenas e populações tradicionais, foram comercializados 39 produtos, como a castanha-do-brasil, a borracha natural, a copaíba, o cumaru, o óleo de pequi, o babaçu, além de artes indígena e ribeirinha, resultando em mais de R$ 2 milhões em movimentações comerciais. Na região, a rede chegou ao total de 933 produtores(as) cadastrados(as), em sua maioria indígenas (82%) das etnias Ikpeng, Juruna, Kalapalo, Kawaiweté – Kaiabi, Kayapó, Kisêdjê – Suyá, Kuruaya, Panará, Parakanã, Tapayuna, Waurá, Xikrin e Xipaya.

A região do Rio Negro tem a maioria de mulheres cadastradas (52%) entre seus 453 produtores, e em 2022 a região comercializou mais de R$ 405 mil com 12 produtos e com apoio de 16 instituições e organizações comunitárias. Na região do Solimões, a rede impactou 56% de todo o território, atuando junto à população tradicional representada por extrativistas (45%) e manejadores (55%). 

O Norte do Pará se diferencia pela expressiva contribuição da população quilombola – cerca de 38% dos 713 cadastros. Pelo comércio de 14 produtos, a região somou mais de R$ 1,5 milhão negociados no ano, com destaque para as cadeias de castanha-do-brasil, copaíba, cumaru, mel, pimenta assîsi e andiroba. E no Tupi Guaporé, território mais recente de atuação, a rede também apoiou o mapeamento dos seringais e realizou a primeira capacitação presencial no novo território, com 3.379.738 milhões de hectares de floresta em pé conservados por povos indígenas e populações tradicionais.

“Acreditamos que os próximos anos serão ainda melhores, sabendo que ainda existem desafios grandes. Vemos acontecer movimentações importantes nesse início de 2023, como a retomada do Fundo Amazônia, a criação da Secretaria Nacional de Bioeconomia e ações efetivas de combate ao desmatamento e garimpo ilegal, que indicam uma mudança positiva para o fortalecimento de iniciativas de manutenção da floresta em pé e valorização dos povos que lá vivem Seguiremos trabalhando para garantir negócios pela Amazônia viva, com respeito, constância e em colaboração com os seus guardiões e guardiãs.”

Mariana Finotti, Analista de inteligência de dados da rede Origens Brasil®

Rede Origens Brasil® viabiliza negócios em prol da floresta em pé com garantia de origem, rastreabilidade, transparência e promovendo comércio ético. Em 2022 apoiou a comercialização de  mais de  R$ 5 milhões e contribuiu para geração de renda de 3.328 pessoas entre ribeirinhos, extrativistas, manejadores, seringueiros, castanheiros, beiradeiros, artesãos e povos indígenas. O relatório completo pode ser baixado no link

Sobre o Imaflora – O Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola – Imaflora – é uma associação civil sem fins lucrativos, criada em 1995, que nasceu sob a premissa de que a melhor forma de conservar as florestas tropicais é dar a elas uma destinação econômica, associada a boas práticas de manejo e a uma gestão responsável dos recursos naturais. O Imaflora acredita que a certificação socioambiental é uma das ferramentas que respondem a parte desse desafio, com forte poder indutor do desenvolvimento local, sustentável, nos setores florestal e agrícola. Dessa maneira, o Instituto busca influenciar as cadeias produtivas dos produtos de origem florestal e agrícola; colaborar para a elaboração e implementação de políticas de interesse público e, finalmente, fazer, de fato, a diferença nas regiões em que atua, criando ali modelos de uso da terra e de desenvolvimento sustentável que possam ser reproduzidos em outros municípios, regiões ou biomas do País.

Fonte: Assessoria de imprensa

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