“Can I Live?” debate racismo ambiental

  • Autor do filme e da peça homônima, Fehinti Balogun, estará no Brasil para a estreia com atividades sobre o tema racismo ambiental, integrado às discussões sobre emergências climáticas.
  • Exibições em primeira mão no Festival da APAN (Associação de Profissionais de Audiovisual Negro) em Salvador e em São Paulo, e em salas da SPCine;
  • Imagem: Produção do filme com Fehinti Balogun. Crédito: David Hewitt

O artista e ativista britânico Fehinti Balogun estará pela primeira vez no Brasil entre os dias 25 de novembro e 06 de dezembro. O objetivo da visita será o lançamento do filme “Can I Live“, adaptação ao cinema da peça homônima que debate o racismo ambiental. Haverá exibições em primeira mão no Festival da APAN (Associação de Profissionais de Audiovisual Negro) em Salvador e em São Paulo, e em salas da SPCine. O cineasta também terá uma agenda de reuniões com lideranças dos movimentos negro e ambientalista brasileiros

A estreia do filme e a vinda do artista ao Brasil coincidem com o período de realização da COP-28, nesta edição nos Emirados Árabes, e que amplia os debates sobre o clima em todo o mundo. Além disso, o mês de novembro também é marcado pelas celebrações do Dia da Consciência Negra.

“Uma obra como essa, que circula mundialmente, em diferentes formatos, permite ampliar o debate público e, consequentemente, a mobilização para educar sobre os impactos e dessa crise que permeia todas as camadas das vidas das pessoas negras periféricas e quilombolas e os povos indígenas”
Maíra Rodrigues, coordenadora da área de Racismo Ambiental do Instituto Peregum.

Misturando música, performance e spoken word, Balogun revela sua experiência no ativismo para levantar questões sobre a emergência climática e as desigualdades raciais e sociais em uma linguagem acessível, inspirado em diálogos com a mãe, trazendo a perspectiva de um jovem negro sobre esses temas.

Artista e ativista britânico Fehinti Balogun. Crédito: David Hewitt

Segundo o autor, a obra busca explicar como as mudanças no clima impactam a população, sobretudo a negra, na prática, criando um diálogo com o público e incentivando a autorreflexão e perspectivas sobre essas crises que se aprofundam, ainda sem soluções.

“Quero que nos sintamos vistos e ouvidos. Para mim, isso é rebelião, resistência, autopreservação e ativismo. Por muito tempo, não ouvi ninguém falar sobre a crise climática de uma maneira que fizesse sentido para mim e minhas experiências como pessoa negra, e acredito que isso exclui tantos de nós da conversa. No entanto, para muitas pessoas, a crise climática já é uma situação mortal”
Fehinti Balogun, autor do filme e da peça homônima Can I Live?

Além de Balogun, também estarão no Brasil representantes da Complicité, companhia de teatro responsável pela produção do filme.

Fehinti Balogun no Brasil

No dia 22.11, o filme “Can I Live” será exibido no festival da APAN, em Salvador..

Entre os dias 27.11 e 02.12, o artista estará em São Paulo, divulgando o filme e realizando encontro com os movimentos negros.

Em 29.11, haverá exibição do filme “Can I live”, no Centro Cultural São Paulo, pelo festival da APAN, seguido por um debate com o público.

Haverá mais exibições do filme em salas da SPCine. ( à confirmar as datas).

No dia 30.11, o autor realiza encontro com o movimento ambientalista brasileiro.

Por fim, entre 04 e 06. 12, Balogun irá a Salvador, para uma série de encontros e oficinas.

Informações técnicas: “Can I live”

 Duração: 60 minutos

– Classificação Etária: Adequado para maiores de 12 anos

Avisos de Gatilho: Contém algumas imagens picantes, linguagem forte, explora temas de racismo, classismo e descreve alguma violência.

Sinopse:

“Can I Live?” oferece uma abordagem única e impactante para abordar a crise climática e a justiça social e racial, sobre a perspectiva de um jovem negro, convidando o público a se envolver e refletir sobre questões cruciais.

O autor Fehinti Balogun é também conhecido por suas atuações em “Dune”, “I May Destroy You” e “Juliet Naked”. O filme foi produzido pela companhia de teatro Complicité, conhecida por suas produções inovadoras, como “The Encounter” e “A Disappearing Number”.O espetáculo é dirigido por Daniel Bailey, diretor associado do Bush Theatre, e co-dirigido por Simon McBurney, da Complicité.

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