Indígenas querem ampliar presença na COP30

  • Representantes indígenas das cinco regiões do Brasil participaram de evento em Belém (PA) para planejar estratégia para atuação mais efetiva na Conferência de Clima na Amazônia.
  • Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) ofereceu apoio técnico e científico às discussões, realizadas de 19 a 21 de março.
  • Imagem: Natália Tejada/IPAM

Durante três dias (19 a 21 de março), 28 representantes indígenas das cinco regiões do Brasil participaram do II Curso do Comitê Indígena de Mudanças Climáticas (CIMC), realizado em Belém (PA). O apresentou aos participantes um panorama científico das questões climáticas e do funcionamento de instituições, os espaços de discussões internacionais e resgagou o histórico de negociações das COPs.

O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) participou da formação oferecendo apoio técnico e científico às discussões, que possibilitaram a formação de novos membros indígenas para participar da COP30, ampliando a presença de representantes de povos originários. Maioque Rodrigues, do povo indígena Terena e professor da rede municipal, avalia que a formação vai auxiliar para o evento de novembro.

“O curso é extremamente importante para compreender a dinâmica do evento. Eu nunca participei de nenhuma COP, então tudo isso é algo novo para mim. Estou tendo acesso a informações que não faziam parte da minha realidade. Falar de mudanças climáticas é corriqueiro dentro do território, mas falar de política sobre o clima é muito complexo.”
Maioque Rodrigues, povo indígena Terena e professor da rede municipal

Sineia Wapichana, co-presidente do Caucus Indígena pela América Latina e Caribe, e uma das coordenadoras do CIMC analicou que um tema muito presente durante as discussões foi o impacto das mudanças climáticas em povos isolados, trazido por Beto Marubo. “Ainda, tivemos a oportunidade de nos aprofundar sobre o funcionamento do Caucus indígena e a plataforma de povos indígenas e comunidades”, explica a ativista e cientista indígena.

Para Martha Fellows, pesquisadora do IPAM, os povos indígenas têm conquistado cada vez mais espaços nas Conferências do Clima. “Nessa COP espaços estratégicos foram alcançados. Fortalecê-los pode mudar a forma como a política climática tem sido feita. O IPAM foi uma das primeiras organizações que apoiou a presença de organizações indígenas na COP, por entender a importância de incluí-los em espaços de decisão sobre o clima”, afirma a pesquisadora do IPAM.

A formação foi realizada pela APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) em parceria com o IPAM, apoio do EDF (Environmental Defense Fund), da Rainforest Foundation Norway e do Greenpeace Brasil.

Fonte: Informações de Karina Custódio, do IPAM

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