- No período de 2021 a 2023, procura pelos alimentos orgânicos cresceu 16%. Consumidor está cuidadoso e fica atento a selos de certificação orgânico e 89% considera importante que o selo seja exibido nas embalagens.
- O principal argumento para a compra é ser uma opção mais saudável.
- As marcas mais lembradas do universo orgânico são Terra Livre, Mãe Terra e Korin.
- Dados são da quarta edição da pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023”, realizada pelo Instituto Organis e pela Brain Inteligência Estratégica.
A quarta edição da pesquisa “Panorama do Consumo de Orgânicos no Brasil 2023” mostra um crescimento de 16% na procura por produtos orgânicos no período de 2021 a 2023. O estudo, realizado pelo Instituto Organis e pelo Brain Inteligência Estratégica mostra que o interesse aumentou principalmente no Nordeste (de 32% em 2021 para 45% em 2023), no Sudeste (passou de 26% para 30%) e no Centro-Oeste (cresceu de 39% para 42%).
Interessante observar que as primeiras coisas que vêm à mente do consumidor sobre orgânicos são frutas, legumes e verduras; saudáveis e naturais; saúde; sem agrotóxico. Já no grupo de não-consumidores de orgânicos, as mensagens são saudáveis e naturais; frutas, legumes, verduras; saúde. Curiosamente, os dois universos de consumidores desconhecem a palavra plant based, em percentuais que variam de 86% a 97%.
A opção por produtos orgânicos foi feita há mais de 5 anos para 43% dos entrevistas. Para 24%, a escolha foi entre 1 e 2 anos e para 19%, há menos de 1 ano. Entre os motivos apontados estão para melhorar a saúde (50%) , é mais saudável (48%), não contém agrotóxico (16%) e melhor qualidade do produto (10%).
Para identificar os orgânicos, 47% o faz por meio da indicação nas embalagens, 39% pelo selo ou certificado e 24% em seções específicas nas lojas. Quando indagados sobre as marcas associadas à categoria, 56% não lembra ou não sabe. Foram mencionadas Terra Livre (14%), Mãe Terra (8%), Korin (4%), Coopernatural, Native e Flormel (3% cada).
Aceitam pagar até 20% a mais
Sobre os preços, há a percepção de que os orgânicos são mais caros, porém a maioria considera que há boas razões para os preços mais elevados e consideram razoável pagar em torno de 20% a mais pelos produtos em comparação aos convencionais.
Diante da forte associação do orgânico com frutas, legumes e verduras, a pesquisa recomenda a divulgação dos demais produtos alimentícios, como carnes, leites e derivados, vinhos, óleos, farinhas, matinais, grãos e açúcar. Importante ressaltar que cada vez mais se evidencia a necessidade de se organizarem seções específicas de produtos orgânicos nos pontos de venda, uma facilidade sugerida por 83% dos entrevistados.
Outros produtos
Além da pesquisa, que reflete a predileção do brasileiro por orgânicos, o especialista em vinagres Rodrigo Margoni observa um crescimento de cerca de 30% no consumo dos vinagres naturais e orgânicos. “No caso do vinagre, especificamente, que é um ingrediente bastante utilizado por suas características nutricionais e pela versatilidade em diversas receitas, temos um produto especial e de grande durabilidade, que vem ao encontro das necessidades de um consumidor mais consciente.”
Com a produção e a certificação dos produtos orgânicos que coloca no mercado, Rodrigo Margoni, que é sócio-proprietário da Almaromi Viccino, constata um alinhamento cada vez maior da empresa às exigências do brasileiro. “Com o aumento de consumo dos nossos produtos, percebemos que além de qualidade, o consumidor está preocupado com processos corretos e com proteção do meio ambiente. Isso tudo está indo junto para o carrinho de compras”, finaliza o especialista.
Perfil da amostra | Os dados foram coletados no período de 19 de abril e 10 de maio de 2023 por meio de questionário estruturado e abordagem em pontos de fluxo populacional. Na fase geral foram feitas 1.000 entrevistas, dos quais 360 se declararam consumidores de orgânicos. Foi feita uma segunda rodada com 400 consumidores de orgânicos para aprofundar temas. A distribuição de entrevistas compreende 38% no Sudeste (São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte), 21% no Nordeste (Salvador, Recife, Fortaleza), 15% no Sul (Porto Alegre, Florianópolis, Curitiba), 11% no Centro-Oeste (Goiânia, Brasília), 5% no Norte (Manaus). Acesse a pesquisa na íntegra aqui.