Atualmente, com o avanço da tecnologia e do mundo conectado, não se pode falar mais que crise somente acontece com o concorrente ou outra empresa de outro setor. Precisamos aceitar que o mundo está em constantes ameaças, que causam riscos às organizações mundiais. Riscos podem ser ameaças ou oportunidades, dependendo do quanto você está preparado.
Em um mundo cada vez mais imprevisível, a capacidade de uma organização de responder a crises de forma eficaz e resiliente nunca foi tão crítica. A gestão de crise e a gestão de resiliência são duas faces da mesma moeda, envolvendo estratégias abrangentes para prevenir, preparar, responder e recuperar de eventos adversos. E com a ascendência do ESG (Environment, Social and Governance), o assunto uniu forças para mapear riscos e
prevenir crises futuras. As ações de ESG se tornaram iniciativas práticas para mudar o hoje rumo ao futuro próximo.
Os riscos sob a perspectiva do ESG estão relacionados à produção de riscos que podem comprometer o futuro de outras gerações, em termos ambientais e sociais. Isso tem a ver com responsabilidade corporativa.
Nos últimos oito meses, ficamos nos questionando, enquanto organização, em como poderíamos contribuir com outras organizações em como transformar estas questões em planos de ações. Sair do lugar é um grande passo. Por conta disso, nos debruçamos em desenvolver uma ferramenta para avaliar o nível de maturidade em resiliência das organizações. São duas versões: Standard (gratuita) e a Advanced (Pro, Premium e Prime), que varia conforme a necessidade de mapeamento da empresa.
A partir deste retrato e mapeamento, conseguimos entender o estágio em que está a organização e estabelecer um plano de curto, médio e longo prazo. Sempre é bom ter um norte para onde está indo com relação a iniciativas de gestão de risco, gestão de emergência e crise, recuperação de desastre em TI, comunicação de crise, gestão dos stakeholders e ESG.
Dessa forma, dividimos nossas estratégias em quatro etapas, seguindo a metodologia 2P2Rs: Prevenção, Preparação, Resposta e Recuperação.
- Prevenção: primeiro escudo contra crises
A prevenção é a linha de frente na gestão de crises. Ela envolve a identificação de potenciais ameaças através de análises de risco e a implementação de medidas para mitigá-las. A prevenção eficaz requer uma cultura organizacional que valorize a vigilância e a adaptação constante. Investir em mapeamento de riscos, monitoramento, treinamento de funcionários e melhorias de processos são passos essenciais para fortalecer esta fase.
- Preparação: estar pronto quando a crise chegar
Mesmo com as melhores práticas de prevenção, alguns incidentes podem acontecer. A preparação torna-se então crucial. Isso inclui o desenvolvimento de planos de resposta a crises, formação de equipes de gestão de crises e realização de simulações regulares. A preparação transforma a incerteza em algo administrável. Ter políticas, planos de ação claros e treinados permite uma resposta rápida e eficiente quando necessário.
- Resposta: agir com rapidez e eficiência
A fase de resposta é o momento de agir. As ações tomadas aqui podem determinar a severidade do impacto de uma crise. Uma comunicação clara e transparente com todas as partes interessadas é fundamental. Isso inclui não apenas a equipe interna, mas também clientes, fornecedores e a mídia. Além disso, a capacidade de adaptar os planos de resposta conforme a situação evolui é um marco do gerenciamento de crise.
- Recuperação: reconstruir melhor
A recuperação não se trata apenas de voltar ao status quo. É uma oportunidade para aprender com a crise e sair mais forte. Isso pode significar revisar estratégias de negócios, melhorar sistemas de gestão de crises e investir em novas tecnologias ou práticas de trabalho. A resiliência não é apenas sobre sobreviver, mas sobre prosperar após uma crise. Incorporar as lições aprendidas nesta fase é vital para a resiliência a longo prazo.
A Gestão de Crise e Resiliência é um ciclo contínuo de aprendizado e adaptação. Organizações que investem nessas práticas não apenas aumentam suas chances de sobreviver a adversidades, mas também se posicionam para ficar mais forte em um ambiente empresarial volátil. A chave para a resiliência organizacional está na capacidade de antecipar, preparar, responder e se recuperar de crises, transformando desafios em oportunidades de crescimento.
*Patrícia B. Teixeira é Diretora da WePlanBefore e autora do livro “Caiu na Rede. E agora? Gestão de Crise nas Redes Sociais.