- Produto é feito com microplástico, coberto com fina lâmina de alumínio ou materiais como óxidos metálicos, entre ele o titânio.
- Por não ser biodegradável, torna-se uma ameaça à saúde, além de poder migrar facilmente para a natureza e poluir solos, rios e mares.
- Para garantir o brilho na fantasia, o melhor é escolher outras opções e cosméticos produzidos com insumos vegetais.
A presença de microplásticos em ambientes terrestres e aquáticos é uma preocupação cada vez mais urgente. E vale um alerta aos foliões: uma simples fantasia ou maquiagem com glitter para curtir o carnaval pode contribuir para poluir o meio ambiente.
O produto consiste em partículas minúsculas de plástico, com diâmetros variando entre 1 µm e 5 mm, que representam uma ameaça silenciosa à saúde humana. Além disso, podem facilmente migrar para natureza e chegar na cadeia alimentar carregando possíveis toxinas.
Quem quer manter o brilho neste carnaval, pode optar por produtos biodegradáveis já disponíveis no mercado. Veja algumas sugestões abaixo.
A Glitter Glitter é uma marca de São Paulo que não utiliza insumos de origem animal e sua linha de produtos é dermatologicamente testada e aprovada como hipoalergênicos. A produção é artesanal e a loja online oferece opções de cosméticos, delineadores e sprays para o corpo veganos, que podem ser adquiridos online. Instagram: glitterglitter.co
A Pura Color Beauty tem uma linha de gel brilhoso e colorido que pode ser usado como sombra, blush, batom, iluminador e maquiagem artística. A Pura Bioglitter é feita do agar-agar extraído de algas e mica, um mineral colorido e brilhoso. Algumas cores contêm corante minera. É possível conhecer os produtos e realizar a compra online. Instagram: pura.colorbeauty
O Duo Glitter Gel Corporal, um composto especial com dois tamanhos diferentes de partículas de glitter: a menor para garantir o fundo da cor, e a maior para refletir a luz em todos os ângulos. Não precisa de cola, a base do Duo Glitter é um gel incolor suave que desaparece depois de seco e garante a fixação do brilho na sua pele. O produto pode ser encontrado no site da Yes! Cosmetics está disponível em 4 cores. Instagram: yescosmetics
Restrições sobre o microplástico
Ações para reduzir o microplástico vêm ganhando destaque internacionalmente. Na Europa há novas leis e regulamentações sobre o comércio e uso de partículas de polímeros sintéticos com menos de cinco milímetros, como o glitter.
No Brasil, há um Projeto de Lei 6528/2016, para proibir a manipulação, a fabricação, a importação e a comercialização, em todo o território nacional, de produtos de higiene pessoal, cosméticos e perfumaria que contenham a adição intencional de microesferas de plástico. O andamento está aguardando o parecer do relator na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), na Câmara dos Deputados.
Mônica R. Piovani, especialista de cromatografia gasosa da Thermo Fisher Scientific, líder mundial na área de ciência e biotecnologia, aponta que a preocupação é real e a busca pela identificação de microplásticos em alimentos, bebidas e no ambiente está crescendo. A identificação precisa desses microplásticos em amostras é crucial para garantir a segurança da saúde humana.
“Acreditamos que a tendência é que laboratórios estejam cada vez mais interessados em estar preparados com equipamentos capazes de analisar a presença desses polímeros com resultados mais precisos.”
Mônica R. Piovani, especialista da Thermo Fisher Scientific
Dentre todo o portfólio da Thermo Fisher Scientific, um dos equipamentos que pode ser utilizado na identificação destes polímeros é o GC Orbitrap Exploris com acessório para pirólise. “Essa técnica avançada permite a identificação não apenas do polímero sintético puro, mas também de resíduos de monômeros, plastificantes e outros aditivos tóxicos que podem impactar negativamente na saúde humana”, explica Mônica.
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