Caem alertas de desmatamento na Amazônia

  • Sistema Deter, do Inpe, registrou em junho queda de 41% dos alertas de desmatamento na Amazônia, em comparação a junho de 2022;
  • O percentual torna-se ainda mais relevante porque em junho começa o período de seca. Com o céu sem nuvens, a leitura dos satélites ópticos fica mais precisa;
  • Considerando o primeiro semestre, a área de alertas de desmatamento caiu 33,6% na Amazônia em comparação ao mesmo período de 2022. O percentual, entretanto, ainda não foi suficiente para compensar o aumento de alertas verificado no segundo semestre, quando atingiu 54%.
  • Imagem: CanalGov, Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima

O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) divulgou queda de 33,6% da área de alertas de desmatamento na Amazônia no primeiro semestre, em comparação ao mesmo período do ano passado. Os dados são do Deter, sistema de detecção de desmatamento em tempo real a partir de satélites. O sistema foi desenvolvido pelo Inpe para dar suporte à fiscalização, gerando alertas rápidos para evidências de alteração da vegetação nativa da Amazônia desde 2004.

Em junho, a queda de alertas foi ainda maior, 41%, em comparação a junho de 2022. O percentual torna-se ainda mais relevante porque neste mês começa o período de seca. Com o céu sem nuvens, a leitura dos satélites ópticos fica mais precisa. A área de alertas foi de 663 km2 no mês passado contra 1.120 km2 em junho 2022.

Apesar dos números positivos, a queda verificada no primeiro semestre de 2023 não foi suficiente para compensar o aumento de alertas verificados no segundo semestre do ano passado, quando atingiu 54%. Como o desmate é medido pelo Inpe de agosto-julho, no período acumulado de agosto 2022 a junho 2023 o percentual de alertas no Deter apresenta uma alta de 5%.

Tendência de queda

Para o secretário-executivo do MMA, João Paulo Capobianco, o esforço de reverter a curva de desmatamento foi atingido. “Temos claramente demonstrada uma tendência de queda.” Ações do Ibama de apreensão de gado e embargo de propriedades com desmatamento permitiram controlar o principal ponto quente de destruição da floresta, o sul do Amazonas.

Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, destacou que em 2003, quando o governo Lula assumiu o governo federal, foi “inventada a roda no que concerne a uma política pública estruturante para enfrentamento do desmatamento e um conceito novo, a transversalidade”. Ou seja, o programa não deveria envolver um setor de governo, mas vários sob a coordenação do mais alto nível de governo, o Presidente da República.

“Agora, em 6 meses já temos um resultado fruto de duas coisas muito importantes: recursos tangíveis e intangíveis.” Entre os intangíveis, Marina Silva destaca a decisão política de fazer o enfrentamento da questão da mudança do clima e do combate ao desmatamento para alcançar o desmatamento zero até 2030. “Isso é intangível, mas altamente potente.”

Pedido de socorro

O secretário-executivo do Observatório do Clima, Marcio Astrini, ressalta que cada alerta de desmatamento é um pedido de socorro da floresta.

Esses pedidos foram ignorados por quatro anos. Há três meses, temos quedas consecutivas dos alertas. Aos poucos, o governo está retomando a fiscalização e a governança na Amazônia. Há operações em terras indígenas, aplicação de multas e embargos, combate ao garimpo ilegal, entre outras medidas. Temos um presidente que fala em proteger a floresta e seus povos. Ou seja, o governo voltou a agir, a aplicar a lei, a proteger essa riqueza única que é a Amazônia. Foi isso que mudou, é isso que está fazendo os números de desmatamento diminuírem.”
Marcio Astrini, secretário executivo do Observatório do Clima

As atenções devem mirar agora o Cerrado, um bioma presente em 14 estados e no Distrito Federal, que registrou aumento de alertas de 21% no primeiro semestre. Deve-se ressaltar que no Cerrado apenas 20% do bioma está protegido como reserva legal e é necessária articulação com os Estados, que são os responsáveis por autorizar e fiscalizar o desmatamento. Segundo o secretário-executivo do MMA, ainda não é possível identificar uma reversão na tendência no Cerrado.

Com informações do Observatório do Clima

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