A Economia Circular é um fator extremamente importante para o impacto socioambiental positivo das empresas. Este modelo de produção e consumo consiste em gerir estrategicamente o uso dos recursos naturais ao agregar, manter e recuperar seu valor, possibilitando o fluxo circular e múltiplos ciclos de vida para os materiais. A gestão estratégica dos recursos, proposta pela Economia Circular, vem como uma contribuição para atendermos às demandas sociais, sem comprometer os limites ambientais do planeta.
Para começar a implementar a Economia Circular nas empresas é necessário, antes de tudo, que as lideranças da empresa entendam com clareza como as ideias propostas se relacionam com a estratégia de negócio. Os desafios ajudarão a refletir sobre a estratégia atual, instigando o empreendedor a ter um olhar sistêmico sobre seu setor de atuação. Neste sentido, o primeiro passo de transição para a economia circular é estratégico.
É importante entender a Economia Circular como um processo de melhoria contínua da gestão da empresa. À medida que o empreendimento ganha maturidade em sua gestão, ele irá se deparar com questões mais complexas que vão além da redução de custos e eficiência operacional, como investimento em inovação e design, fortalecimento da relação com fornecedores, ampliação do relacionamento com os clientes no pós-venda e estabelecimento de parcerias institucionais.
Acompanhar a evolução da atuação da empresa, com métricas adequadas e relatórios de avaliação periódicos, é fundamental para aplicar melhorias nos processos, produtos e vislumbrar oportunidades de novos negócios para a empresa.
Política Nacional de Economia Circular
Várias iniciativas podem ajudar a acelerar o processo de transição para a economia circular. Podemos considerar três âmbitos de atuação – regulatório, tecnológico e econômico. No âmbito regulatório, temos um projeto de lei (PL 1874/2022) que institui a Política Nacional de Economia Circular no Brasil.
No âmbito tecnológico, é necessário estimular o investimento em pesquisa e inovação, nos diversos setores da sociedade, seja privado, público ou acadêmico. No âmbito econômico, a viabilização de novos modelos de negócio, que promovam processos produtivos e formas de consumo mais sustentáveis, considerando os múltiplos ciclos de vida dos materiais e produtos, serão fundamentais.
Nós, do Impact Hub Brasília, desenvolvemos o e-book “Adotando a circularidade: Guia para incubadoras e aceleradoras”. Nele, apresentamos ideias, ferramentas e metodologias sob a ótica da economia circular que organizações de apoio ao empreendedor podem adotar em seus programas, principalmente incubadoras e aceleradoras. Também estamos elaborando projetos de transição para a economia circular no Brasil, usando como base o e-book da filial de Amsterdã para adaptar os conceitos apresentados à realidade brasileira e desenvolver o ecossistema local.
O desafio de transição para a economia circular demandará muita habilidade de colaboração. Nenhuma organização ou setor consegue enfrentar esta questão de forma isolada. Somente uma colaboração efetiva entre nações, empresas e sociedade será possível para promover uma economia que incorpore externalidades negativas, maximize os impactos socioambientais positivos e promova a regeneração do nosso planeta.